segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

LIVRO DE CELSO ANTUNES

Celso Antunes destaca neste livro que o professor bonzinho, permissivo, perde sua identidade como pessoa. Podemos ser amigos, compreensivos, mas o limite deve ser bem claro, bem definido e a preocupação em acompanhar o processo de construção do conhecimento dos alunos deve ser efetiva.
Na sala de aula a conversa entre os alunos é inevitável; é impossível ficar ao lado dos amigos sem conversar; o que devemos fazer é aproveitar essa conversa como instrumento para um trabalho pedagógico, aprender a ser um administrador de conversas, expositor de desafios, instigador de perguntas. O autor alerta que devemos tomar cuidado com o silêncio humano. Este esconde muitas vezes problemas emocionais ou disfunções agudas.
Ao ensinar, é fundamental que o professor peça aos seus alunos que opinem, sugiram, contem coisas de seu eu e de seu mundo. Jamais matar a curiosidade apresentando rapidamente a resposta; faça-os buscar pelos caminhos da pesquisa, pela reflexão do debate. E nunca se esqueça de levar para a sala de aula o sorriso, a boa educação (polidez) e o bom senso.
Com alunos difíceis, ou seja, aqueles que não querem nada com a aula, procurem não se exasperar, dar broncas. Após o final da aula chame esse aluno para conversar; faça-o descobrir que você quer ajudá-lo.

Diálogo, polidez e bom humor são aliados incondicionais para o bom relacionamento entre professores e alunos em sala de aula.
Existem algumas idéias levantadas por Celso Antunes que podem auxiliar os professores em seu dia a dia, obtendo assim maior prazer e sucesso no seu trabalho. Vamos a eles:
• Definir de forma clara e cristalina as regras disciplinares.
• Estabelecer canais límpidos de comunicação entre os alunos, diretores, pais, orientadores e professores.
• Assiduidade e pontualidade.
• Associar o conhecimento novo aos saberes que os alunos possuem.
• Preparar de maneira cuidadosa a aula.
• Traçar um projeto de atividades anuais, dividindo suas etapas semana após semana.
• Estabelecer, se possível em consenso com a classe, os limites desejáveis das condutas e cobrá-los sempre de maneira imediata e coerente.
• Entrar em sala e, sem demora, iniciar a aula.
• Cobrar, com firmeza, mas sempre com bom humor (quando possível), a colaboração de todos e ser um árbitro sereno no cumprimento das regras de conduta consensualizadas com a classe.
• Falar com expressividade e clareza.
• Iniciar os trabalhos com um plano de aula simples, mas objetivo e coerente.
• Movimentar-se todo o tempo, manter-se alerta a todos e também a todas as ocorrências.
• Mostrar sempre disposição para manter a calma e a serenidade, mesmo em situações mais difíceis.
• Saber dar a devida importância ao tom de voz empregado e estudar a linguagem gestual.
• Jamais comparar-se a qualquer colega. Nunca comparar um aluno ou uma classe com outra.
• Distribuir com uniformidade, serenidade e justiça a atenção de todos.
• Analisar com calma as razões que podem levar alunos ao desinteresse ou a indisciplina e discutir, particularmente com os mesmos essa postura.
• Conhecer diferentes estratégias de ensino, jogos operatórios, técnicas de ensino e aprendizagem.
• Possuir projetos de avaliação claros e explícitos.
• Manter atualizados seus registros e suas notas.
• Cumprir com integridade tudo quanto prometeu.

Ensinar utilizando diferentes recursos e estratégias para despertar a curiosidade e incentivar os alunos em sala de aula e projetos é eficiente medida contra a indisciplina.
• Fazer das perguntas uma eficiente ferramenta de aprendizagem.
• Não se desgastar ensinando aos alunos tudo aquilo que sozinhos eles podem aprender.
• Estimular o aluno para interpretar o aprendizado usando diferentes habilidades.
• Ensinar seus alunos a leitura dos saberes que se encontram em diferentes linguagens.
• Saber delegar aos alunos tarefas e funções junto à classe que explorem capacidades de aprender e de aprendizagem.
• Fazer revisões periódicas daquilo que foi aprendido.
• Organizar de forma eficaz, na medida dos possível em consenso com os alunos, o espaço da sala de aula e a disposição dos lugares de cada um.
• Cuidar da sua apresentação, dignificando a importância e até o sentido do ato pedagógico.
• Mostrar atenção aos problemas dos alunos.
• Concluir a aula de maneira amistosa e bem-humorada.
É importante destacar que os passos sugeridos costumam ajudar a resolver parte expressiva dos problemas disciplinares; mas não os eliminam por completo. A continuidade de aplicação dos procedimentos é que pode garantir a perenidade dos bons comportamentos, da participação dos estudantes nas aulas, o debate em torno das idéias e conteúdos trabalhados,...
Para concluir, o professor precisa ser amigo dos alunos, companheiro e compreensivo, ter a mentalidade aberta e acompanhar o processo de construção do conhecimento, atuando como agente entre os objetos do saber e a aprendizagem e ter a certeza de que, quem educa semeia um futuro melhor...

EDUCAÇÃO ESPECIAL

1. Educação Especial: O que é?
A Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis de ensino da educação básica e superior.
2. Educação Especial: Para quem ?
Para Alunos com:deficiência física, deficiência mental , surdez , cegueira e baixa visão surdocegueira , transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades .
3. Educação Especial: atuação nas escolas
a. Oferece o Atendimento Educacional Especializado (AEE)
b. Identifica as necessidades de alunos com deficiência, com altas habilidades e com transtornos gerais do desenvolvimento;
c. Elabora plano de atuação de atuação de AEE propondo serviços e recursos de acessibilidade ao conhecimento;
d. Produz material: transcreve, adapta, confecciona, amplia, grava, de acordo com as necessidades dos alunos;
e. Adquire e identifica materiais , como software , recursos e equipamentos tecnológicos, mobiliário, recursos ópticos, dicionários e outros;
f. Acompanha o uso dos materiais na sala de aula do ensino regular freqüentada pelo aluno: verifica a funcionalidade e a aplicabilidade, os efeitos, possibilidades, limites, distorções do uso na sala de aula, na escola e na casa do aluno;
g. Orienta professores do ensino regular e famílias dos alunos a utilizar materiais e recursos;
h. Promove formação continuada para os professores do AEE, para os professores do ensino comum e para a comunidade escolar em geral.

4. Profissionais que atuam na Educação Especial
a. Professor especializado da Sala de Recurso Multifuncional
b. Professor de LIBRAS
c. Professor em LIBRAS
d. Professor de Português, como segunda língua de alunos com surdez
e. Professor especializado do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento à Deficiência Visual (CAP)
f. Revisor Braille

5. Formação do profissional que atua na Educação Especial
a. Formação inicial de professor comum
b. Conhecimentos específicos de Educação Especial, adquiridos em formação continuada na área

6. Atendimento Educacional Especializado (AEE ) O que é o AEE ?
a. Um serviço da Educação Especial que identifica , elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas.
b. O AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno com vistas à autonomia e independência na escola comum e fora dela.

7. O que faz o AEE?
a. Apóia o desenvolvimento do aluno com deficiência, transtornos gerais de desenvolvimento e altas habilidades;
b. Disponibiliza o ensino de linguagens e de códigos específicos de comunicação e sinalização;
c. Oferece tecnologia assistiva (TA);
d. Adequa e produz materiais didáticos e pedagógicos, tendo em vista as necessidades específicas dos alunos;
e. Acompanha o uso desses materiais e recursos em sala de aula, sem, contudo, interferir no ensino dos conteúdos curriculares.

8. AEE: quando e onde?
a. O AEE é realizado no período inverso ao da classe comum freqüentada pelo aluno;
b. Para maior benefício do aluno, esse serviço deve ser oferecido preferencialmente na própria escola que esse aluno freqüenta;
c. Há ainda a possibilidade de o AEE ser realizado em uma outra escola próxima ou em centros especializados em AEE, enquanto cada escola não tem o seu próprio serviço de AEE.

9. AEE em todas as etapas e modalidades da educação básica e do ensino superior
a. O AEE é organizado para suprir as necessidades de acesso ao conhecimento e à participação dos alunos com deficiência e dos demais que são público alvo da Educação Especial, nas turmas das escolas comuns;
b. Constitui oferta obrigatória dos sistemas de ensino, embora participar do AEE seja uma decisão do aluno e/ou de seus pais / responsáveis.

10. Conteúdos específicos da f ormação dos professores de AEE
a. LIBRAS
b. Língua Portuguesa para alunos com surdez
c. Sistema Braille
d. Informática aplicada à produção braille
e. Recursos tecnológicos e informática aplicada à deficiência visual(sintetizadores de voz, lupa eletrônica, magnificadores de tela para baixa visão)
f. Produção braille e adaptação de material impresso em tinta
g. Recursos ópticos e não ópticos para baixa visão.
h. Técnica de uso do sorobã
i. Adaptação de livros didáticos e de literatura para pessoas cegas
j. Avaliação funcional da visão
k. Orientação e mobilidade para pessoas cegas
l. Escrita cursiva, grafia do nome e assinatura em tinta para pessoas cegas
m. Tecnologia Assistiva: comunicação alternativa, informática acessível, materiais pedagógicos adaptados, mobiliário acessível.
n. Interpretação em LIBRAS
o. Instrutor de LIBRAS
p. Desenho universal
q. Comunicação para o aluno surdo-cego
r. Outras

11. Sala de Recursos Multifuncional
É um espaço organizado preferencialmente em escolas comuns das redes de ensino para a realização do AEE
12. O que pode ser aprendido nas salas de recursos multifuncionais?
Treinamento de recurso óptico Informática acessível Sistema Braille na máquina de escrever Língua Portuguesa escrita para pessoas com surdez Comunicação alternativa.
13. Centro de Apoio Pedagógico para Atendendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) O que é?
a. CAP é um centro com salas equipadas com computadores, impressora Braille e laser, fotocopiadora, gravador, circuito interno de TV, máquina de escrever em Braille.
b. Objetivo:
c. Produzir materiais didáticos e pedagógicos adequados aos alunos com cegueira e aos alunos com baixa visão .

14. AEE: produção de materiais Jogo cara a cara com texturas e contraste de cores Revisão do texto transcrito para o Braille Tesoura adaptada Material pedagógico para o ensino da Libras Livros didáticos e de literatura adaptados Pasta de comunicação
15. AEE: alguns equipamentos Impressora Braille Jogos com textura e contraste Cadeira de rodas Teclado adaptado Softwares para comunicação alternativa Acionadores
16. Importante O AEE tem objetivos e atividades que se diferenciam das realizadas em salas de aula de ensino comum. O AEE não é reforço escolar . A auxiliar de sala ou cuidadora não faz parte do quadro da Educação Especial, mas do Ensino Comum.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O PROFISSIONAL QUE TRABALHA COM AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

A aprendizagem vai ocorrendo na estimulação do ambiente sobre o indivíduo maturo, onde, diante de uma situação/problema, se expressa uma mudança de comportamento, recebendo interferência de vários fatores – intelectual, psicomotor, físico, social e emocional. Enquanto transforma a realidade a sua volta, ele constrói a si mesmo, tecendo sua rede de saberes, a partir da qual irá interagir com o meio social, determinando suas ações, suas reações, enfim suas práticas sociais.
Desde o nascimento, o indivíduo faz parte de uma instituição social organizada – a família - e depois, ao longo da vida, integra outras instituições. Nessa interação vai se construindo uma rede de saberes, onde todos os membros da sociedade são parceiros possíveis, contribuindo cada um com seus conhecimentos, suas práticas, valores e crenças. Estas contribuições não são estáticas, se encontram em permanente mudança. Portanto, o conceito de rede de saberes constrói-se a partir do princípio de movimento, de articulação e de co-responsabilidade.
Nossa rede de conhecimentos vai se formando dentro de instituições e assim cada vez mais é necessário inserir a psicopedagogia para estudar como ocorrem as relações interpessoais nestes ambientes. Além da Escola, a Psicopedagogia está cada vez mais presente nos hospitais e empresas. Seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Propõe e auxilia no desenvolvimento de projetos favoráveis às mudanças educacionais, visando evitar processos que conduzam as dificuldades da construção do conhecimento.
O Psicopedagogo é o profissional indicado para assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo de ensino-aprendizagem e tem uma atuação preventiva. Na escola, o psicopedagogo poderá contribuir no esclarecimento de dificuldades de aprendizagem que não têm como causa apenas deficiências do aluno, mas que são consequências de problemas escolares, tais como:
 Organização da instituição
 Métodos de ensino
 Relação professor/aluno
 Linguagem do professor, dentre outros

Ele poderá atuar preventivamente junto aos professores:
 Explicitando sobre habilidades, conceitos e princípios para que ocorra a aprendizagem
 Trabalhando com a formação continuada dos professores
 Na reflexão sobre currículos e projetos junto com a coordenação pedagógica
 Atuando junto com a família/alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, apoiado em uma visão holística, levando-o a aprender a lidar com seu próprio modelo de aprendizagem, considerando que esses problemas podem ser derivados:
 das suas estruturas cognitivas
 de suas questões emocionais
 da sua resistência em lidar com o novo
 ou outra derivação que possa se apresentar.

Verônica P. López Gonçalves
Professora da Educação Infantil e do Curso Normal
Graduada em Pedagogia, pós-graduada em Psicopedagogia Clínico-Institucional